Manuel Luís Goucha reagiu à Jornada Mundial da Juventude.
Neste domingo, dia 6 de agosto, Manuel Luís Goucha agradeceu as muitas mensagens de apreço pelo seu trabalho nos últimos dias, em Lisboa, mas lamentou também algumas outras, negando ser ateu.
“Por que razão é que a TVI escolheu um ateu para acompanhar a vinda do Papa a Portugal? Permitam-me, uma vez mais, esclarecer algo que já tenho referido várias vezes. Nunca disse ser ateu. Estão a colocar palavras na minha boca que nunca proferi. Sempre me disse agnóstico. E há uma diferença grande entre ser ateu e ser agnóstico. Ateu é aquele que não acredita em Deus. Agnóstico é aquele que não acredita em Deus, mas não nega a existência de Deus. Sou um homem que acredita na ciência. Posso dizer que não tenho provas científicas da existência de Deus, mas também não tenho provas científicas da não existência de Deus. Por isso não discuto Deus porque Deus não é invisível”, começa por explicar.
“A partir do momento em que aceito o desafio que foi proposto pela direção da TVI, do canal para o qual eu trabalho, tenho de ser isento, digno, imparcial. E procurei sê-lo como sempre faço“, continuou.
O apresentador revelou que se preparou para este trabalho com a leitura de livros escritos por Francisco e sobre o papa. “Procurei saber, conhecer o pensamento de Papa. E por isso estava preparado“.
“A questão de ser crente ou não, não se pode colocar neste contexto. Até é atraiçoar o apelo que o Papa fez em pleno Parque Eduardo VII durante a passada semana. Todos, todos, todos temos lugar. Todos cabem na igreja. Eu diria, todos cabemos na vida“, destacou.
“Estes três dias fizeram muito sentido na minha vida, talvez não tenham vindo por acaso. Porque ao longo dos últimos três anos, à conta do programa da tarde, tenho aprendido a escutar o outro e a olhar para o outro com a nudez total do meu olhar. Quando digo nudez é porque não há preconceito, não há nenhum juízo ao escutar o outro“, acrescentou ainda.