No DONC, o Natal está a ser especial e estreamos agora a rubrica especial ‘Entrevista-me’ com André Vilar como primeiro convidado.
O grande objetivo das conversas desta rubrica, é dar a conhecer quem são as pessoas por trás deste projeto DONC, que cresce de dia para dia, André Vilar foi o primeiro entrevistado.
Quem é André Vilar
Numa conversa com Flávio Sousa, André começa por descrever-se: “O André (pareço um jogador de futebol a falar de mim na terceira pessoa eheh) é um jovem (com aparência bem mais jovem do que é, na verdade!!) divertido, criativo, com sonhos muito bem definidos…” .
“Persistente e completamente apaixonado por tudo o que é comunicação. É alguém que detesta a monotonia e, por isso, procura novos desafios todos os dias” – acrescenta.
Sobre a sua licenciatura e percurso de formação, revela: “Então…eu licenciei-me em Ciências da Comunicação…e entretanto estive, no ano passado, a fazer um curso intensivo de apresentação de televisão e rádio na escola Restart (na sede da RTP Porto)”.
Flávio Sousa questionou: “Quando é que percebeste que a comunicação era a tua paixão?”
André começa por relembrar brincadeiras que tinha na infância: “A comunicação sempre foi a minha paixão…mas acho que só tomei consciência disso quando terminei a Licenciatura. Parece estranho, mas é a verdade. Quando eu era pequenino (sou filho único) as minhas brincadeiras passavam sempre por transformar o meu quarto num estúdio de televisão e apresentar programas”.
“Inventei reality shows, talk shows, imitei outros que via em televisão…até novelas cheguei a fazer! Usava os meus Legos e os peluches como público (coitadinhos!!). Na minha adolescência tive um blog sobre a TVI, escrevia e noticiava todos os dias. Mas eu achava que seria Biólogo Marinho (culpa de quem? Da novela “Saber Amar” da TVI)! Até terminar o 12º ano estava convicto que essa seria a minha área. Mesmo com todas as pessoas (e aqueles
testes psicotécnicos que se fazem) a dizerem que eu devia seguir comunicação” – continua.
O jovem comunicador, revela que não entendia a comunicação como um trabalho e explica: “Para mim, comunicação era algo tão inato, tão feliz e tão divertido que eu não conseguia entender isso como um trabalho. Na minha cabeça ‘comunicar’ não era trabalhar: era ser feliz. Fiz o curso de Ciências da Comunicação sem saber bem como seria o futuro. Mal o terminei fez-se luz: porque é que eu estava a separar o trabalho da felicidade quando posso ter ambas as coisas numa só?“.
A Vida Profissional
André Vilar já desenvolveu e participou em diversos projetos ligados à comunicação e Flávio Sousa questionou: “Qual foi o projeto que, até hoje, te deu mais gozo fazer?”
Sem hesitar, André contou: “‘O Último Fecha a Porta’: o primeiro programa que fiz para o Youtube. Era um programa semanal, com entrevistas de rua. O projeto teve 20 episódios divididos em duas temporadas. Foi muito muito difícil, muito cansativo mesmo. Mas aquilo dava-me um gozo gigante! Obrigava-me a ser criativo todas as semanas…e a ir para a rua…sair completamente da zona de conforto. Quem já fez entrevistas de rua sabe o quão difícil é. Um programa de 15 minutos demorava 2 dias (inteiros) a gravar. Era preciso encontrar as pessoas certas, ter o cérebro a funcionar a 1000 para improvisar…e estar no ‘mood’ certado” – (pode ver aqui um episódio desse programa).
Ainda assim, confessa que faria estes vídeos de outra forma: “Não. Claramente que faria este programa de outra forma. O primeiro episódio foi lançado em Junho de 2017. Eu era muito mais inexperiente…tanto a nível de apresentação ou reportagem como de edição. Hoje olho para o programa com muito orgulho (porque sei que fiz omeletes sem ovos) mas sei que o faria bem melhor agora”.
A família é também um pilar importante neste percurso: “Tenho a melhor família e os melhores amigos do mundo! Isso diz tudo (acho!). Sempre foram o meu maior incentivo e sempre me deram o maior dos apoios. Nunca os ouvi dizer ‘não vás, não faças, desiste’, nunca mesmo! Sempre que avancei eles deram o empurrão. Sempre que voltei para trás, eles estavam lá”.
Uma curiosidade sobre André Vilar é que já fez parte da equipa do ‘Like3za’ de Teresa Guilherme: “Acho que, a melhor coisa da vida, é que estás sempre a aprender…quer as experiências sejam boas, quer sejam más. A passagem pelo Like3za foi uma experiência da qual retirei muitos ensinamentos. Eu era um jovem sonhador (foi em 2017!), a dar os primeiros passos (assumidos) na luta por um lugar em televisão, numa cidade que não era a minha (fui viver para Lisboa), num projeto ambicioso que estava a dar os primeiros passos e à procura de encontrar o seu lugar no universo digital. Cresci muito nesse tempo! Ah! E sim…conheci a Teresa Guilherme eheh”.
Sobre ‘chegar à meta’, o jovem admite: “Já sonhei com esse dia umas 506 vezes (só hoje!) e, só para veres o quão parvo sou: até já sei o que vou escrever nas redes sociais quando esse dia chegar! Isto para te dizer que não sei o grau de importância que ‘chegar à meta’ vai ter…mas, claramente, que o percurso tem sido muito rico”.
Mais à frente na conversa, André deixou uma mensagem especial para o seu ‘eu’ de há anos atrás: “Não tenhas nem medo nem vergonha de ser feliz! Se te faz feliz? Faz…como sabes, como podes e como queres”.
A Vida Amorosa
Quando questionado sobre a sua vida amorosa, André começa por dizer em tom de brincadeira: “Uiiiiii, vemo-nos na próxima pergunta! Estou a brincar!”
“Não estou realizado amorosamente falando. Não encontrei a pessoa certa e também não sei se, neste momento, sou a pessoa certa para alguém. Estou num barco, em maré alta, e com um destino traçado. Nem toda a gente está disposta a seguir viagem comigo neste momento. Quando eu chegar a um porto, logo se vê” – revela.
Flávio pergunta ainda: “Gostavas de um dia ser pai? Quantos filhos?” – e André admite: “Adorava ser pai!! Acho que deve ser incrível essa experiência! A ideia de ajudar outra pessoa a crescer, de construir um mundo para ela, de ser cuidador….fascina-me! Quanto a números…sempre mais do que um. Traumas de filho único!!!”
Quando questionado sobre qual o mais importante neste momento: amor ou a vida profissional, explica: “Neste momento…a vida profissional. Estou dedicado por inteiro a isto. Preciso de estar bem comigo para poder estar bem com outros! Agora…não fecho as portas a nada, atenção! Sou cristão e tenho uma relação engraçada com Deus…acho que ele adora trocar-me as voltas só para me ver aflito eheh”.
Curiosidades
Todos nós já tivemos ou temos algum preconceito e André revelou qual foi, durante algum tempo, o seu maior preconceito: “Tinha um preconceito gigante em relação a youtubers e influenceres. Uma coisa idiota, mesmo! Aquela ideia parva de achar que não tinham trabalho nenhum, que se limitavam a gravar e publicar umas coisas…Malta, é só estúpido pensar assim! Têm muito trabalho, muito mesmo! E é uma profissão como qualquer outra :)”.
Três curiosidades sobre o comunicador: “Hum….então….já fui jogador de Hóquei (era guarda-redes) durante alguns anos. Inscrevi-me, por duas vezes, na “Casa dos Segredos”….e o segredo é a 3ª curiosidade: tenho aracnofobia!”
“Há umas semanas estive a animar um retiro e, no final, uma pessoa disse-me que já não se ria assim há imensos anos e que eu tinha uma coisa especial: não era chato! Se eu puder fazer feliz os outros sem ser chato…acho que cumpri uma missão especial na vida! (Ah! Mas hei-de provar a Portugal inteiro que os reality-shows não são trash-tv! Arranjem-me um(a) psicólogo(a): tenho um programa pensado com essa missão!)” – confessa.
Perguntas Intensas e Cruas
Flávio começa por dizer: “Para terminar, de forma mais intensa e crua, gostava de entrar (se me permitires) no teu lado mais sentimental e pessoal” – e questiona: “Tiveste uma infância feliz?”
André sente-se agradecido à família e revela: “Muito mesmo!! Os meus pais trabalharam de forma intensa no meu ‘livro de memórias’: viajamos muito, fizemos muita coisa…sinto que a minha infância durou 20 anos tamanha é a quantidade de memórias que tenho! Acima de tudo fizeram questão que eu
descobrisse a realidade como ela é. Sou um adulto orgulhoso da criança que fui!”
Apesar de tudo, André nunca foi o ‘típico’ padrão de menino que gostava de jogar à bola e brincar com carros ou motas: “Atualmente acho que não sofro esse preconceito, porque as coisas têm mudado muito nos últimos anos. Esses padrões têm caído muito. E ainda bem! Viver na Idade da Pedra já deixou de ser moda! Agora…se falares no facto de gostar de reality shows…bem… aí sim! O preconceito existe e é enorme!! E, como todos os preconceitos, só revela falta de inteligência. Assim, dito com todas as letras. 99% das pessoas que têm preconceito em relação a reality shows nunca viu um. Está tudo dito, não é?”
Ainda sobre a sua infância, André conta que já sofreu bullying e explica: “Sim, claro. E digo ‘claro’ porque eu acho que todos passamos por situações dessas.
Claro que uns, infelizmente, de forma mais intensa e marcante. A linha entre o bem e o mal é muito ténue…e as crianças são tão inocentes que saltam de um lado para o outro sem darem conta”.
“A criança que de manhã chora porque a mãe a deixou na escola, é a criança que no portão se vai rir do menino gordinho que deixou cair a lancheira. Entendes? Eu sofri de bullying, claro…mas provavelmente também o fiz sem ter dado conta disso. E é pena que ninguém me tenha dito “André, isso não se faz”! Eu devia ter sido chamado a atenção…tal como queria que tivessem chamado a atenção de quem o fez contra mim!” – continua.
André considera ainda: “Acho que há duas coisas importantes nesta questão do bullying: não deixar que se ultrapassem limites…e não deixar que a criança cresça a achar que ‘gozar com o outro’ é normal!”
Sobre a perda e o luto, conta: “Já perdi algumas pessoas muito próximas e foi duro. O facto de ser cristão ajuda-me a ultrapassar esses momentos. Eu acredito piamente na vida depois da morte: se for verdade vou ficar super feliz ao comprová-lo…se for mentira vou estar morto, logo não há lugar para arrependimento! Isso ajuda-me a aceitar que tenho de continuar o meu caminho sem essas pessoas fisicamente do meu lado…porque eu sei e sinto que elas continuam comigo”.
André abriu o coração e recordou, com saudade: “O meu avô faleceu há uns anos e, no entanto, nunca esteve tão presente na minha vida como agora! Cada vez que a câmara se liga ou subo a palco…eu sei que ele está a dizer “dá-lhe André”. Eu só cheguei onde cheguei porque ele deu o empurrão…não tenho a mais pequena dúvida. Deus deve estar farto de o ter lá sempre a dizer “olha o André, pá!!”!””
No fim da conversa, Flávio quis saber: “Se não acordasses amanhã, sentias que a ‘missão’ foi cumprida?”
André rematou: “Honestamente? Não! Humildade à parte: eu sei que se não acordasse amanhã eu tinha marcado algumas vidas. Eu tenho consciência que não sou indiferente nos sítios por onde passo…faço questão disso! Mas tenho tanta coisa para concretizar, tantas ideias para pôr em prática”.
“Não, se não acordasse amanhã a minha missão não tinha sido bem sucedida. 500€ podem ser retirados da minha conta, Voz!”
André Vilar, 30 de novembro de 2021.
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