O programa ‘Casa Feliz’ vê pela primeira vez a concorrência da RTP1 como uma ‘ameaça’.
Ao fim de cerca de dois anos de glória, o programa “Casa Feliz”, da SIC, deslizou nas audiências e enfrenta uma crise de resultados regularmente. Na passada quinta-feira, dia 13 de abril, o matutino da SIC perdeu mesmo para a TVI e para a RTP1.
A crise de resultados foi analisada na crónica de Nuno Azinheira na revista Nova Gente: “A televisão é um negócio. Pode ser uma arte, claro, mas é um negócio. Vive de audiências, da recetividade do público, de patrocínios e publicidade. De dinheiro. Um programa pode ser muito bem feito e de grande qualidade, mas, numa televisão privada, se não cumpre o objetivo, adeus – ele é o elo mais fraco. É como no futebol: o treinador pode ser ótimo, mas a equipa não ganha, azar: chicotada psicológica”, começou por escrever.
“Para o bem e para o mal, o espectador tem razão. Quando gosta muito de um programa ou quando o despreza. Mas há casos em que aos poucos, a avaliação do espetador vai mudando. Ou porque se instala um cansaço que, quando começa, é difícil inverter. Ou porque os conteúdos deixaram de ter o mesmo interesse, porque as equipas são as mesmas há muito tempo, porque quase tudo já foi feito em televisão, e a imaginação vai faltando. Porque do outro lado também se aposta forte em formatos concorrentes e, em determinado momento, essa brisa fresca pode entusiasmar mais”, explicou o cronista.
Nuno Azinheira comentou a dupla Diana Chaves e João Baião: “Depois da era Cristina Ferreira nas manhãs do canal. João Baião e Diana Chaves herdaram um programa de uma sexta para segunda-feira. Pegaram na casa e foram dando o seu toque. E as audiências não se ressentiram. A Casa liderou de forma clara durante mais de dois anos. Nos últimos meses, o Dois às 10 foi-se aproximando. E ganhando. E hoje ganha mais do que perde. Quer dizer que Baião e Diana deixaram de prestar? Nada disso”.
“A televisão é feita de ciclos. E esse ciclo mudou, pelo menos, por agora. A SIC e a produtora (Coral Europa) têm de pensar em novos conteúdos, perceber o que resulta bem e menos bem, olhar para o lado e comparar. E mudar o que acharem que devem mudar. Há uma certeza na vida que é bom ter sempre presente na televisão: “não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”. É isso”, considerou.